Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória - Salmo 115:1

20 agosto 2011

Libertando-se do Complexo de Inferioridade

“...transformai-vos pela renovação da vossa mente...”(Rm 12.2).

Durante os meus mais de vinte e cinco anos de ministério pastoral tenho deparado com pessoas com sérios problemas de comportamento e complexo disso e daquilo. Um dos complexos que é revelado pelas pessoas que freqüentam igrejas é o de inferioridade. Tal complexo tem levado muitas pessoas a ter uma vida limitada, isolada e sem êxito. O Senhor Jesus Cristo declarou: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”(João 8.32); Jesus está falando de uma libertação espiritual com extensão em todo ser e dimensão do indivíduo. Por outro lado, há pessoa que já experimentou o novo nascimento, mas continua com complexo de inferioridade, o que se passa então? O que acontece é que tal pessoa não alcançou um nível de conhecimento de si mesmo e do que é ser estar em Cristo. No dia em que tal pessoa tiver consciência de si mesma, do seu potencial, de suas virtudes e do que é estar em Cristo, a sua vida mudará radicalmente. Leia (Hebreus 5.11-14; João 1.16; Efésios 1.22-23; Romanos 12.2-3; Filipenses 4.8).

Um complexo de inferioridade, nos campos da psicologia e da psicanálise, é um sentimento de que se é inferior a outrem, de alguma forma. Alfred Adler, discípulo de Freud, foi quem denominou de complexo de inferioridade o estado neurótico que tem por fundamento o sentimento de insuficiência ou incapacidade para enfrentar a vida e os seus problemas. Este complexo pode ser provocado por vários motivos, reais ou imaginários. É freqüentemente inconsciente, e pensa-se que leva os indivíduos atingidos à supercompensação, o que resulta em realizações espetaculares, comportamento anti-social, ou ambos. Diferentemente de um sentimento normal de inferioridade, que pode atuar como um incentivo para o progresso pessoal, um complexo de inferioridade é um estágio avançado de desalento, freqüentemente resultando numa fuga das dificuldades. E, embora possa ser negativo, esse complexo também assumem características positivas, quando se tornam o estímulo para novas possibilidades criativas.

Destarte, a cura interior é fundamental para que haja sucesso na vida. É o processo pelo qual, por meio da conscientização das atitudes e da condição, uma pessoa é liberta de sentimentos negativos e de ressentimento, rejeição, autopiedade, depressão, culpa, medo, tristeza, indisposição para liberar perdão, ódio, complexo de inferioridade, autocondenação e senso de desvalor, etc. A cura interior é a libertação dos maus pensamentos, das más lembranças, complexos e a transformação do ser pelo seu conteúdo mental. “...transformai-vos pela renovação da vossa mente...”(Rm 12.2). “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é” (Pv 23.7a).

O complexo de inferioridade é um conflito muito presente na maioria das pessoas. Se você sofre de complexo de inferioridade, presta atenção nas características abaixo e se tem algo haver contigo, pois ele se apresenta, dentre outros, com os seguintes sintomas:

  • Isolamento;
  • Sentimentos agudos de incapacidade e de inferioridade;
  • Super valorização da bajulação;
  • Excessiva sensibilidade a críticas;
  • Atitudes supercríticas aos outros.

A noção de complexo de inferioridade pode corresponder a sentimentos de culpabilidade ou de depressão, fazendo-se uma avaliação negativa de si mesmo em relação ao ideal do ego. Esta inferioridade é relativa a um ideal grandioso. Tendo em conta que a identificação de si mesmo faz-se pelo olhar do outro, especialmente dos pais na infância, estes têm um papel relevante e estruturante no sentimento negativo ou positivo e na confiança em si mesmo e em poder ser amado pelos outros. Há pais que bajulam o filho de tal modo que ele acaba desenvolvendo a soberba, a arrogância e o narcisismo; e há aqueles pais que oprimem o filho de tal modo que ele acaba por desenvolver o complexo de inferioridade, de rejeição e, portanto, fica com a vida travada.

Conselhos para superar o complexo de inferioridade:

Primeiro, você deve prestar mais atenção em si mesmo. Pare de olhar para si com os olhos dos outros. Valorize a sua pessoa, passa a ti amar verdadeiramente. Esqueça os parâmetros de comparação que você vê na mídia e acima de tudo, ame você do jeito que você é. Não tente ser igual aos outros, mas seja você mesmo. Ninguém é igual, pois todos nós somos distintos um do outro. Cada pessoa é única. Clonar o outro é negar sua própria identidade.

Segundo, procura conhecer melhor a você mesmo, pois o autoconhecimento levará você a descobrir o seu potencial, as suas virtudes e a si amar melhor. Faça a autoanálise frequentemente. Procura entender, por que você se sente inferior em relação às outras pessoas? Em que situações isso tende a acontecer? Entender as razões torna o caminho para a cura algo mais fácil e rápido. Faça algo que lhe acrescente algo na vida e cresça.

Terceiro, se você sente que está muito difícil procure ajuda especializada. Se o complexo de inferioridade atrapalha demais a sua vida, então você deve fazer o que for possível para dar fim a isso, portanto a terapia não deve ser visto como um último recurso ou um sinal de fracasso: ela propiciará a você o processo de autoconhecimento e resgate da autoestima, portanto invista nisso. Nada vale mais do que o seu bem estar e sua qualidade de vida.

Você precisa se conhecer melhor e descobrir suas qualidades latentes, explorar melhor o seu potencial, pois fazendo assim você erradicará absolutamente o complexo de inferioridade. Você é importante e tem valor, portanto valorize mais a sua pessoa acreditando em si mesmo, em seu potencial de realização. Entenda uma coisa, você não tem problemas e sim, desafios. Você é amado por Deus e Ele investiu alto em sua vida, morrendo na cruz do Calvário por você. Rejeita todo pensamento negativo e toda motivação negativa, pois você é aquilo pensa de si mesmo. “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é” (Pv 23.7a).

Não se conforme com a mesmice, mas procura inovar a sua vida, seja ousado e desenvolva atitudes inteligentes. Crie vínculos e círculos de amizades, saia do anonimato. Escolha pessoas experientes, de sucesso e espirituais que você poderá conversar e desabafar nos momentos de crise.

A cura do complexo de inferioridade é algo sério e precisa ser levado a sério. Portanto, você precisa querer ser curado e ter atitudes, postura de quem realmente deseja a cura. Uma vez que alcançou a cura, você precisa mudar os hábitos, posturas, atitudes e entender que a cura é processual. Há pessoas que são curadas rapidamente e outras demoram mais. É um desconstruir de atitudes e um construir de novas atitudes. Comportamento é hábitos. Portanto, para ser curado, você precisa querer ser curado, amar a si mesmo, ter amor próprio, acreditar em seu potencial e ter atitude positiva.

Concluindo, quero desejar a você sucesso nessa nova empreitada de sua vida e dizer que você é importante para Deus, Ele te ama. Você é a sua idéia! Veja a sábia recomendação da Palavra de Deus: “...tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”(Filipenses 4.8). As emoções positivas de felicidade, de excitação, os bons pensamentos, amor e entusiasmo farão você sentir-se mais poderoso e confiante. As emoções negativas de raiva, mágoa, culpa e os pensamentos negativos te enfraquecerão e ti tornarão hostil, irritável e desagradável.

“Firme está o meu coração, ó Deus! Cantarei e entoarei louvores de toda a minha alma. Despertai, saltério e harpa! Quero acordar a alva. Render-te-ei graças entre os povos, ó SENHOR! Cantar-te-ei louvores entre as nações” (Salmo 108.1-3).

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